Seminário internacional realizado na UPF aborda reflexões e o futuro das instituições comunitárias de ensino superior
Universidades comunitárias elaboraram carta em seminário internacional
sobre o modelo comunitário na educação superior com perspectivas e ações
futuras
O seminário internacional “O
modelo comunitário na educação superior: uma visão de futuro”, que ocorreu nos
dias 7 e 8 de maio, na Universidade de Passo Fundo (UPF), foi um dos principais
encontros das instituições comunitárias realizados nos últimos anos. Uma carta
foi elaborada com apontamentos para o fortalecimento das comunitárias. O evento
foi uma iniciativa da UPF, em parceria com o Consórcio das Universidades
Comunitárias Gaúchas (Comung).
O encerramento do evento foi
na noite de terça-feira, 8 de maio, com a Mesa “O modelo comunitário – contexto
atual, perspectivas e visão de futuro”, com a participação do presidente do
Comung e reitor da UPF, professor José Carlos Carles de Souza, do representante
da Univali, professor Mário Cesar dos Santos, do professor do Institute of
Education da University College London, Tristan McCowan, com mediação do
representante da Univates, professor Ney José Lazzari.
A primeira manifestação do
representante da Univali foi contrária à regulamentação da lei das
comunitárias, Lei 12881/2013, sugestão essa referida várias vezes durante o
evento. “Sou contrário exatamente porque correremos o risco de regulamentá-la
restringindo o seu alcance. Eu temo que a pretexto de regulamentá-la vamos
criar, talvez, amarras que dificultem depois a sua autoaplicação”, justificou
Santos.
O professor do Institute of
Education da University College London abordou algumas tendências mundiais.
Entre os exemplos citados, está a ruptura dos três pilares do ensino superior:
extensão, ensino e pesquisa, que, segundo o palestrante, ainda é uma forte
característica na América Latina. Outra questão apresentada foi a necessidade
de retomar o protagonismo. “A universidade perdeu seu senso de protagonismo. A
universidade é um ator na sociedade que pode mudar a trajetória de uma
sociedade, mudar a vida dos indivíduos. É importante retomarmos essa ideia da
universidade como sujeito, como protagonista no desenvolvimento positivo da
nossa sociedade”, destacou o palestrante.
O presidente do Comung e
reitor da UPF ressaltou o potencial das comunitárias, a importância delas no
desenvolvimento da sociedade e enfatizou alguns aspectos necessários para o
fortalecimento das instituições, como a reformulação do Fies ou de um programa
de financiamento do governo adequado para a realidade das universidades, e de
um olhar especial para os anseios dos alunos, percebendo a expectativa dos
futuros acadêmicos, a formação que ele precisa e se ele tem empregabilidade com
essa formação, entre outros apontamentos. “O nosso seminário sobre o modelo
comunitário foi um sucesso com a presença das principais instituições
envolvidas nesse processo. Identificamos que esse modelo funciona sem dúvida
nenhuma. É um modelo consolidado, mas que precisa ser aperfeiçoado. Eu gostaria
de afirmar que o segmento comunitário vai continuar unido no sentido de buscar
soluções para as questões comuns”, enfatizou o reitor.
Carta busca o fortalecimento das comunitárias
Uma carta foi elaborada com o
intuito de apontar ações para o fortalecimento das comunitárias por meio dos
seus órgãos representativos: Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas
(Comung); Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe); e
Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc). Entre os
apontamentos presentes no documento, estão: alternativas de financiamentos para
estudantes; investimento das comunitárias em pesquisa acadêmica sobre o modelo
comunitário; e política de marketing coletivo sobre o modelo comunitário.
Fotos: Natália Fávero