Pesquisa estuda os benefícios do óleo ozonizado no tratamento de osteoartrose
Se comprovada a eficácia do tratamento, população terá um medicamento de fácil acesso e mais barato para tratar a doença. Estudo vem sendo desenvolvido no curso de Farmácia e no Programa de Pós graduação em Envelhecimento Humano da UPF
Envolvida com o ozônio desde 2014, quando ainda era acadêmica do curso de Farmácia, Ana Paula e a professora Charise já publicaram dois artigos a respeito do tema. O primeiro deles, com o título “Ozone generated by air purifier in low concentrations: friend or foe?”, publicado em 2017, abordava a toxicidade do ozônio. Já em 2018, orientadora e mestranda publicaram uma revisão sistemática sobre o ozônio na osteoartrose, em um trabalho intitulado “Ozone therapy as an integrating therapeutic in osteoartrosis treatment: a systematic review”. Após anos de estudo, a dupla colocou em prática o teste em humanos, que inicia no diagnóstico da doença e segue até o pós-tratamento dos pacientes.
A pesquisa clínica é realizada no Centro Ambulatorial do Hospital de Clínicas de Passo Fundo e no curso de Farmácia da UPF. Além de Ana Paula e da professora Charise, a equipe também conta com a participação dos médicos ortopedistas Renato Tadeu dos Santos e Diego Collares, dos bolsistas de iniciação científica Silvia Cristina Fagundes e Micheila Alana Fagundes, e da mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioexperimentação (PPGBioexp)Gabriela Dall Pizzol. O estudo está sendo desenvolvido com 80 pacientes – 37 do grupo de tratamento e 43 do grupo de placebo. “Para a população ficar sabendo do nosso trabalho, disponibilizamos informações nas redes sociais e na Rádio Uirapuru, que divulgou o estudo. Em questão de duas semanas, tínhamos todos os pacientes de que precisávamos. Pacientes não apenas de Passo Fundo, mas de várias cidades da região norte do estado. Foi incrível a repercussão da população”, conta.
Apesar de ainda não ser legalizada no Brasil, em 2018, durante o 1º Congresso Internacional de Práticas Integrativas e Saúde Pública, o Ministério da Saúde incluiu a ozonioterapia como uma Prática Integrativa e Complementar (PICs) do SUS. De acordo com Ana Paula, caso seja comprovada a eficácia do medicamento, o próximo passo da pesquisa é conseguir o registro na Anvisa e oferecer à população um medicamento novo para a artrose, de fácil acesso e mais barato que os que estão hoje no mercado. “Também pretendemos, como próximo passo, ajudar com estudos científicos e de forma técnica a legalização da ozonioterapia no Brasil”, pontua a mestranda.