Projeto amplia qualidade nas avaliações do ensino na área da saúde
UPF integra iniciativa que envolve, ao todo, oito instituições de ensino do Brasil e visa implementar um conceito inovador de avaliação programática
A melhoria contínua na formação perpassa a teoria em sala de aula e a prática de atendimento aos pacientes. Pensando em oportunizar uma formação que agrega cada vez mais saberes, a Universidade de Passo Fundo integra um projeto inovador no Brasil que desenvolve um novo conceito em avaliação para os cursos da área da saúde. A iniciativa, liderada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com outras seis instituições de ensino superior em saúde do Brasil, além da UPF, atende a um edital lançado para a América Latina e tem suas ações patrocinadas pelo National Board of Medical Examiners (NBME), um conselho norte-americano de examinadores médicos.
O projeto iniciou ainda em 2018. “A NBME realiza exames para certificação para a prática médica nos EUA e faz isso como fomento para melhorar a avaliação em todo o mundo”, comenta o professor Valdes Roberto Bollela, que é médico infectologista e coordena a iniciativa junto com o professor Luiz Ernesto Almeida Troncon. Segundo Bollela, o edital dispendeu recursos para o projeto interinstitucional ligado à avaliação. “Nosso projeto visa atuar junto aos professores para que possam compreender um novo conceito: a avaliação programática ou sistemas de avaliação”, informa ele.
Na UPF, a participação se dá por meio dos cursos de Medicina, Farmácia e Medicina Veterinária. Ao todo, são 16 cursos somando as graduações das outras sete instituições participantes. Na manhã desta segunda-feira, 15 de julho, a UPF iniciou uma formação junto aos professores que exercem cargos de coordenação dos cursos da área da saúde. A oficina, ministrada por Bollela e Troncon, trouxe para debate temáticas como sistemas de avaliação, critérios de qualidade e métodos de avaliação dos estudantes, oportunidades e possibilidades. As atividades seguem na terça-feira, dia 16 de julho.
Primeiras atividades
As atividades do projeto iniciaram em 2018 com um encontro no qual participaram, pela UPF, os professores do curso de Medicina Dra. Lisia Hoppe, do curso de Farmácia Dra. Carla Beatrice Crivelaro Gonçalves, e do curso de Medicina Veterinária Dr. Ricardo Zanella. Estiveram presentes na oficina, realizada em Ribeirão Preto, os gestores das instituições do Conselho Norte-Americano de Examinadores Médicos juntamente com as convidadas Brownie Anderson, do próprio NBME, e Sylvia Heeneman e Suzanne Schut, da Universidade de Maastricht, na Holanda. “O conceito é novo para todos”, afirma Bollela.
A atividade desenvolvida na UPF é uma descentralização das ações do projeto e será realizada com todas as instituições. “As ações encerram em julho de 2020. Após as oficinas decentralizadas, cada instituição vai definir como aplicar os conhecimentos e, no próximo ano, nos reuniremos em um seminário para avaliar os resultados e pensar o futuro”, comenta Bollela, destacando que a avaliação é parte do processo de aprendizagem e tem a ver com o compromisso da Universidade de entregar para a sociedade pessoas capacitadas para a prática profissional e, segundo ele, só se pode avaliar se o futuro profissional está apto por meio de uma avaliação qualificada.
Conforme a professora Dra. Carla Beatrice Crivelaro Gonçalves, que é uma das facilitadoras da atividade na UPF, o foco é atuar nos processos de educação das profissões ligadas à saúde e, em razão disso, o encontro conta com a presença de docentes de outros cursos, além de Medicina, Farmácia e Medicina Veterinária, que integram o projeto. “Nossa missão é articular todo o processo de forma interna após a oficina”, cita a docente. Segundo ela, a avaliação programática estabelece uma avaliação para a aprendizagem. “Precisamos pensar a avaliação de uma forma ampla, não só avaliando os aspectos cognitivos – como as provas de múltipla escolha, por exemplo –, mas avaliando o processo como um todo, tanto no desenvolvimento de habilidades quanto nas atitudes e valores, com diferentes estratégias de avaliação”, comenta.
Instituições participantes
Integram o projeto a UPF com os cursos de Medicina, Farmácia e Medicina Veterinária; e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, que lidera o projeto, com os cursos de Medicina, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Além desses, são parceiros os cursos de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); Medicina, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR); Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Medicina e Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e Medicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Fotos: Alessandra Pasinato