Acadêmica Morgana2

Uso de drogas pode ser detectado em fios de cabelo

Detecção de drogas pela análise de cabelos e pelos é tema de pesquisa de acadêmica do curso de Química da UPF
Uma pesquisa feita pela acadêmica do curso de Química do Instituto de Ciências Exatas e Geociências da Universidade de Passo Fundo (Iceg/UPF) Morgana Taffarel atesta a precisão do desenvolvimento das metodologias utilizadas para exames toxicológicos por meio do cabelo e de pelos humanos. Essa metodologia é bastante utilizada, por exemplo, por motoristas profissionais, que são obrigados, a partir da Lei nº 13.103 de 2 de março de 2015, a apresentar o exame toxicológico para obter a Carteira Nacional de Habilitação, renovar a habilitação ou mudar para as categorias C, D e E.
Essa exigência ocorre devido ao aumento do consumo de drogas lícitas e ilícitas, que também atinge a categoria de motoristas profissionais, especialmente pelo uso de cocaína, pelas suas propriedades estimulantes. Um dos métodos químicos para detectar o uso de drogas é a análise de cabelo e pelos humanos.
Nesse contexto, a acadêmica do curso de Química, que também é participante do Projeto de Iniciação Científica, sob a orientação da professora Dra. Clóvia Marozzin Mistura, realiza esse levantamento sobre as etapas que vêm sendo utilizadas no desenvolvimento de metodologias para identificação de drogas de abuso em amostras humanas. “Esses exames toxicológicos devem ser desenvolvidos com precisão e garantir um resultado confiável. Desse modo, os métodos devem ser bem estudados, desde a coleta até a cadeia de custódia das amostras. Também é necessário dispensar uma atenção especial às etapas desenvolvidas, para dificultar a fraude e garantir a qualidade dos resultados”, comenta a acadêmica Morgana.
Motoristas profissionais utilizam drogas na ilusão de suportar por mais tempo a jornada de trabalho. Uma pesquisa do Instituto de Tecnologias para o Trânsito Seguro (ITTS) mostra que 2% (47 mil) dos motoristas entrevistados usaram entorpecentes, sendo a cocaína a droga mais consumida (69,1%), seguida de opiáceos (19,1%), maconha (7%) e anfetaminas (4,8%). “A saúde e a segurança de toda população que frequenta as rodovias e as vias rurais e urbanas dependem de um controle efetivo e da prevenção do uso de substâncias proibidas pelos profissionais do volante”, salienta a professora orientadora do trabalho, enfatizando que esse controle depende de conhecimentos tecnológicos da área da química forense.