Projeto de Fisioterapia da UCPel proporciona melhor qualidade de vida a pacientes de hemodiálise
Com a extensão, a prática que leva exercícios resistidos, aeróbicos e alongamentos aos pacientes foi ampliada.
Pioneiro em Pelotas, o atendimento fisioterapêutico no Centro de Nefrologia do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) ganhou reforço. Desde abril, acadêmicos de Fisioterapia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) realizam exercícios resistidos, aeróbicos e alongamentos com os pacientes de hemodiálise da unidade.
Duas vezes na semana, um grupo de 12 bolsistas do Projeto de Extensão Atenção Fisioterapêutica na Hemodiálise visita o Centro. Até a criação do projeto, a atuação dos alunos com os pacientes se limitava a um campo de estágio curricular. “Com a extensão ampliamos as ações no setor e poderemos desenvolver mais pesquisas”, afirma a coordenadora do Projeto, professora Thamires Seus.
Além disso, proporciona maior inserção dos estudantes em área de atuação profissional diferenciada. Isso porque, em Pelotas, o HUSFP é o único Centro de Nefrologia a ofertar atendimento fisioterapêutico – e um dos poucos no Rio Grande do Sul. Para a acadêmica Sheila HinzBubolz, a extensão agrega prática à teoria de sala de aula.
Motivada pela oportunidade de entrar em contato com pacientes durante a formação, Sheila ainda destaca os benefícios do projeto para os atendidos. “Eles ficam cerca de quatro horas aqui. Frequentemente apresentam fadiga e cansaço muscular e a fisioterapia diminui os prejuízos causados pela doença renal crônica”, diz.
E, para proporcionar alívio dos sintomas, após análise do paciente, o grupo faz exercícios de alongamento, aeróbicos em bicicletas adaptadas para a cadeira de hemodiálise e resistidos com pesos. “Ficamos duas horas no Centro e as atividades melhoram a circulação e ajudam no retorno venoso”, explica a acadêmica Isabela Araújo.
Há cinco anos na hemodiálise, para a aposentada Maria Selvanir, os exercícios fortalecem a musculatura e aliviam os sintomas. “Volto para casa mais leve, a fisioterapia traz mais saúde”, conta. Para o paciente Delmar Moura, alivia o processo. “Faço hemodiálise há 10 anos. Por um tempo mudei de centro, mas piorei por não ter a fisioterapia e acabei voltando para o HU”, relata.
Atualmente, diversos estudos apontam benefícios da fisioterapia na qualidade de vida de pacientes de hemodiálise, além de auxiliar na eficiência do tratamento e restabelecer a capacidade funcional. “Às vezes são pequenas ações que elas recuperam e tem um grande impacto na vida da população”, acrescenta a professora.
Os principais sintomas da doença renal são fadiga, dores musculares, câimbras e náuseas. Como tratamento, os pacientes dependem de terapias substitutivas, como hemodiálise, utilizada em 90% dos casos, ou diálise peritoneal. No caso da hemodiálise, as sessões são realizadas três vezes por semana, durante quatro horas.
Sendo assim, conforme acredita a docente, tanto a doença, quanto o tratamento, possuem grande impacto na vida das pessoas. “Aproveitamos o ambiente e momento que o paciente ficaria parado por quatro horas para fazer o exercício”, completa. As principais causas da doença renal são diabetes e hipertensão, que acometem mais de 60% dos brasileiros. “O exercício é importante também na prevenção dessas patologias”, finaliza Thamires.
Fotos: Bruno Bohm