Novas alternativas para o tratamento da água
Projeto de pesquisa da UPF busca desenvolver tecnologias mais eficientes para tratamento de água e efluentes para fins de reuso
Atualmente, as pesquisas têm se voltado para a remoção dos chamados poluentes emergentes, como é o caso de fármacos (e seus metabólitos), agrotóxicos e cosméticos e produtos de higiene. Segundo Piccin, esses compostos normalmente são muito solúveis em água e, devido à sua baixa biodegradabilidade, podem não ser removidos em sistemas convencionais de tratamento de água e efluente. Além disso, para alguns, não se conhece os efeitos ao meio ambiente e aos seres vivos. “Nós estamos tentando desenvolver um material capaz de reter esses contaminantes presentes na água. Essa tecnologia é conhecida como adsorção”, destaca.
Apesar de ainda estar em etapas iniciais, os resultados, conforme Thaís explica, são promissores e acredita-se chegar em materiais adsorventes inovadores em conjunto com o biossurfactante. “Os próximos passos dedicam-se a aprimorar os materiais e aplicá-los em condições favoráveis (pH, temperatura, massa de adsorvente, vazão do efluente, entre outros) para a remoção dos fármacos”, observa a aluna, ressaltando a importância da pesquisa. “Atualmente, a maioria dos contaminantes emergentes não apresenta parâmetros limites nas legislações internacionais vigentes para o lançamento de efluentes ou em água potável, mas sabe-se que estão presentes no nosso cotidiano. A remoção de contaminantes emergentes no tratamento de efluentes é essencial para garantir a qualidade dos recursos hídricos receptores, assim como para a saúde pública e o ecossistema”, garante.