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Alunos de Moda da Feevale desenvolvem figurinos para o Projeta-me

Os figurinos que vão ser mostrados na 29ª edição do Projeta-me, maior desfile acadêmico de moda do Brasil, já estão sendo desenvolvidos pelos estudantes do curso de Moda da Universidade Feevale. O evento acontecerá no dia 5 de dezembro, às 20h, no Teatro Feevale. O ingresso será 1kg de alimento não perecível.

Para a criação e a produção do figurino, estão sendo utilizadas técnicas de moulage e drapeados, experimentações em estamparia a partir da técnica tie dye e o conceito de weareable computing, unindo a tecnologia de sistemas computacionais à impressão 3D, de onde surge o glass.

Do exercício de criatividade surgiu a tríade de palavras vidro-lágrima-vestido. Essa associação de ideias conduziu a imagens da estilista Iris Van Herpen, da cantora da Islândia Björk, de estalactites e geleiras, de mar revolto em ondas, peixes fantasmagóricos bioluminescentes em reino abissal e deusas oníricas.

Diferentes técnicas são utilizadas

Segundo a professora Ana Hofmann, que está organizando o Projeta-me, algumas técnicas foram importantes para dar conta dos trabalhos. “Importante lembrar que um conceito, quando está em construção, é vivo e muda o tempo todo, até o momento em que se efetiva em produto”, afirma.

Entre as técnicas utilizadas está a moulage, técnica francesa de criação e produção de modelagem tridimensional, na qual o tecido é envolvido no manequim para extrair as formas do corpo e brincar com essas formas, produzindo outras silhuetas. A técnica foi desenvolvida na década de 20 por Madeleine Vionnet, inspirada pelos drapeados gregos, que possuíam ausência de costura.

A estamparia em tie dye consiste em uma forma livre de pintura a partir da amarração, torção ou dobradura do tecido, para tingir criando padrões variados de cores. Essa técnica será uma das tendências predominantes do verão 2020. Os tecidos utilizados no projeto são oriundos de resíduos da indústria têxtil, atestando o compromisso da Universidade Feevale com os princípios de sustentabilidade e transparência.

Para a utilização da técnica weareable computing, o professor Rubem Fagundes, do curso de Engenharia Eletrônica da Instituição, e o seu orientando Lucas Dariel, foram parceiros neste projeto de características interdisciplinares. Por meio das disciplinas de processadores, o curso acompanha a vanguarda dessa nova tendência desenvolvendo, juntamente com o curso de Moda, o conceito de weareable computing, sistemas computacionais instalados na roupa e nos acessórios do usuário.

Nesse projeto, foi utilizada uma plataforma especialmente projetada para uso em vestuário, programada para gerar diferentes padrões de acionamento nos leds distribuídos no vestido. A impressão 3D vem sendo apontada como uma das principais tecnologias da Indústria 4.0. Imprimir objetos tridimensionais a partir de arquivos criados no computador é uma tendência cada vez mais forte. Muitas empresas de diversas áreas, inclusive a moda, vem aos poucos adotando essa inovação. “Iris Van Herpen é uma estilista holandesa pioneira na tecnologia 3D aplicada ao vestuário e, nesta edição do Projeta-me, nos aventuramos a produzir alguns acessórios”, diz Ana Hofmann.

O Centro de Design da Feevale foi responsável pelo desenvolvimento desses objetos. Segundo Jader de Moraes, que trabalha no espaço, com base no briefing repassado foi possível tomar os rumos para a iniciação do projeto a partir da prototipagem rápida. Primeiramente, com desenhos conceituais e materialização do mesmo (mockup), foi organizado o conteúdo criativo, sintetizando sua aplicabilidade na modelagem 3D. Em busca de alternativas similares ao proposto, a construção em três dimensões culminou na peça física imaginada, conjecturando com o escopo inicial e devidas adequações técnicas. Elas foram impressas em partes separadas, com posterior montagem, chegando ao resultado almejado.

Incentivo à criatividade

Na opinião da professora Ana Hofmann, todas as técnicas utilizadas são grandes incentivos à criatividade, estando conectadas com o que há de mais inovador nas tendências do mercado da moda. “São essas tecnologias, aliadas a projetos interdisciplinares entre o curso de Moda, por meio da disciplina de Produção de Eventos de Moda, responsável por organizar o evento em parceria com o curso de Engenharia Eletrônica e o Centro de Design, que fortalecem o propósito de democratização do saber” – ressalta – “Poder partilhar essa experiência e mostrar aos alunos o seu potencial criativo e protagonismo, tornando-os confiantes e autônomos, é uma das grandes satisfações de ser professora. É como ser um motor catalisador de energia. Tudo está ali pronto e meio formado, só precisa de combustível ou estímulos”.

Foto: Nadine Funck/Universidade Feevale