Mestrado Profissional da UCPel troca de nome e amplia possibilidades de pesquisa
Anteriormente, os estudos privilegiavam mulheres, crianças e adolescentes. A partir de agora, irão focar no ciclo vital independente do sexo.
Buscando ampliar os objetos de estudo e gerar resultados que beneficiem o ser humano, em qualquer fase da vida, o Mestrado Profissional da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) alterou o nome. A partir de agora, o título do curso é Mestrado Profissional em Saúde no Ciclo Vital (MPSCV) e contempla todas as etapas da vida (intra-uterina, recém-nascidos, crianças, adolescentes, adultos e idosos), independente do sexo.
A alteração foi sugerida pelos próprios docentes do mestrado profissional que identificaram a necessidade de não restringir os estudos aos grupos sugeridos no antigo nome. Conforme explica o coordenador do MPSCV, professor Fernando Barros, a antiga nomenclatura foi definida em 2012 a partir do interesse em estudar grupos mais fragilizados na sociedade, como mulheres, crianças e adolescentes.
No entanto, ao longo dos anos, o grupo percebeu que analisar aspectos inerentes aos homens, após a adolescência, é igualmente importante. Para exemplificar, o professor cita um estudo em andamento sobre o perfil de idosos em uma determinada instituição. Na proposta anterior do mestrado, seriam excluídos da pesquisa os idosos homens. Isso prejudicaria o resultado final do trabalho que busca contribuir para a melhoria do atendimento oferecido. “Queremos compreender as pessoas em diferentes momentos da vida, independente de serem mulheres ou homens”, complementa Barros.
O ciclo vital é o termo utilizado para definir as inúmeras fases da vida de uma pessoa: intra-uterina, recém-nascida, criança, adolescente, adulta e idosa. Por meio de uma linha de pesquisa, o mestrado profissional já estudava ele. No entanto, quando envolvia adultos e idosos se concentrava no sexo feminino. Com a mudança, não será mais necessário adaptar os estudos e produtos gerados no curso. “O curso tem que servir às pessoas e não as pessoas e estudos se adaptarem ao título do curso”, complementa Barros.
Saiba mais do MPSCV
A inserção da universidade na comunidade, gerando benefícios através dos estudos e projetos de extensão, foi a principal motivação para a criação do curso, fundado em 2012. Como linhas de pesquisa, o mestrado oferece Saúde Gestacional e Puerpério; Desenvolvimento Infantil; Estratégias Preventivas em Saúde do Ciclo Vital; Estratégias Preventivas em Saúde Mental; Avaliação Psicodiagnóstica e Intervenções Breves em Saúde Mental.
A principal diferença em relação ao mestrado acadêmico é o produto gerado. Enquanto no acadêmico o interesse é que as pesquisas sejam publicadas em periódicos de relevância na área, no profissional o objetivo principal é que os estudos gerem benefícios para a instituição/comunidade analisada. “No mestrado profissional as pessoas aplicam as ferramentas da pesquisa no cotidiano do seu serviço”, explica a professora da UCPel, Janaina Motta.
Outra característica do mestrado profissional é a possibilidade de formar turmas temáticas, seja por instituição ou interesse por um determinado assunto. Isso pode ocorrer, por exemplo, no caso de instituições que queiram investir na qualificação dos seus profissionais, visando um retorno para a empresa; ou quando os próprios profissionais se juntam a fim de pesquisarem o mesmo assunto. “O mestrado profissional tem essa abertura, ele consegue se adaptar à demanda da comunidade”, conta Janaina.
O mestrado tem duração de dois anos. No primeiro, explora as disciplinas voltadas a metodologias de pesquisa, oferecendo uma formação científica ampla. Já o segundo ano é dedicado à pesquisa, propriamente, e à elaboração da dissertação. Em relação à titulação, Janaina reforça a qualidade e validade do curso que, assim como os demais mestrados, permite a realização de um doutorado na sequência.
O quadro de professores conta com 15 profissionais. A flexibilidade em trabalhar com outros níveis de formação, como graduação e residência, e atuar em diferentes áreas possibilita a atuação em projetos interdisciplinares, como o mês de promoção ao aleitamento materno. A primeira edição do Agosto Dourado foi promovida pelo projeto de extensão Atenção Odontológica nos Primeiros Mil Dias de Vida e contou com o apoio de vários cursos, entre eles o mestrado profissional.
A partir dessa participação, o curso já gerou dissertações que darão subsídios para ações desenvolvidas no próximo ano. Capacitações com profissionais de saúde diretamente envolvidos com gestantes e mães estão previstas para o decorrer de 2020. Segundo o coordenador, a ideia é participar ainda mais efetivamente do projeto, além de integrar atividades de outras campanhas, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul. Para o próximo ano, o curso também planeja a realização de um seminário, que dará visibilidade aos trabalhos produzidos no mestrado profissional.