TecnoUCS e aceleradora criam grupo de investimento em negócios inovadores
Meta é promover quatro ciclos de captação de R$ 1 milhão para injeção em cinco startups cada, escolhidas após a pré-aceleração de 20 negócios inovadores. Intenção é fomentar novos negócios de base tecnológica que desenvolvam soluções inovadoras para empresas locais, modernizando a matriz econômica regional
Uma parceria entre o Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul – TecnoUCS e uma aceleradora de negócios gaúcha pretende potencializar a economia do Nordeste do Estado. Por meio da formação de grupos de investidores, o TecnoUCS e a Ventiur, de São Leopoldo, pretendem aportar recursos em startups que se mostrarem mais capacitadas a gerar negócios inovadores, em especial que venham a desenvolver soluções para demandas de empresas de Caxias do Sul e região. Assim, além de incentivar a criação e atração de novos empreendimentos de base tecnológica, a iniciativa visa qualificar os empreendimentos tradicionais, engajando-os no universo da nova economia.
O processo, explica o CEO da Ventiur, Sandro Cortezia, prevê quatro ciclos de captação de R$ 1 milhão cada (divididos em 80 cotas de R$ 50 mil), promovendo o investimento total de R$ 4 milhões em 20 startups em até dois anos. A ideia, é criar uma sociedade de investidores para o aporte de R$ 100 mil a R$ 200 mil em até cinco startups por ciclo.
Como funciona – A captação dos recursos antecede e é necessária para o início do ciclo, que é dividido em cinco fases – o primeiro no TecnoUCS tem seu ‘start’ previsto para o início de junho. A prospecção ocorre por meio de uma chamada aberta para startups de qualquer parte do país. Após a etapa de avaliação do modelo de negócio, a pré-seleção definirá os 20 participantes do ciclo. Os critérios, segundo Cortezia, são a capacidade de execução dos empreendedores, a escalabilidade (potencial de crescimento sem aumentar custos fixos) e opotencial de investimento do negócio, e o quanto a solução apresentada tem mercado grande e crescente. “Especificamente neste projeto com o TecnoUCS queremos que as startups também se conectem com a cadeia de valor das empresas da região”, aponta o executivo, salientando o enfoque no desenvolvimento regional que a parceria com o TecnoUCS implica.
Na etapa seguinte (warm-up), as 20 selecionadas – cuja escolha terá a participação dos investidores – receberão acompanhamento e mentoria para a pré-aceleração do negócio, ao longo de dois meses, até a apresentação do empreendimento em um pitch-day para os investidores. Deste sairão as cinco escolhidas para receber o aporte de até R$ 200 mil, configurando a fase de investimento, a quinta e última do ciclo. Aquelas pré-aceleradas que não estiverem entre as eleitas podem participar do ciclo seguinte ou obter, a parte, investimento direto de algum investidor.
O projeto prevê a saída do TecnoUCS e da Ventiur e a rentabilização dos investidores após a consolidação do negócio. “O mais comum no meio é a startup crescer com aceleração e investimento e vir a ser vendida para outro player do mercado em até cinco anos”, pontua Cortezia.
Pessoas físicas e jurídicas podem participar como investidoras
Podem participar da sociedade de investimento organizada pelo TecnoUCS e pela aceleradora Ventiur pessoas físicas e pessoas jurídicas de todo o país. Além do aporte financeiro, a participação também se refere ao acompanhamento das startups durante a aceleração. “Estar junto para sugerir, orientar, dar suporte, auxilia no processo de desenvolvimento do negócio. Por isso buscamos investidores dispostos a estarem próximos das startups em desenvolvimento”, pontua o CEO da empresa, Sandro Cortezia.
Segundo ele, o empreendedorismo característico da região é um diferencial para a iniciativa. Ao mesmo tempo que grandes empresas locais podem ser fortes impulsionadoras de startups, o ingresso de corporações tradicionais no universo dos novos negócios tende a contribuir com a modernização da matriz econômica regional em geral.
Outro benefício do investimento em grupo é a diluição dos riscos. “É um investimento de risco, mas com retorno proporcional, ou seja, de potencial de ganho elevado. Portanto, aportar recursos em 20 startups minimiza o risco, e, no modelo que propomos, a empresa ajuda a decidir em que negócio vale a pena investir”, relata Cortezia. A proposição também visa oferecer mais segurança às empresas que desconhecem as particularidades do dos negócios de base tecnológica mas anseiam se conectar a ele.
Parceria complementa e potencializa atuação dos players envolvidos
Primeira aceleradora do Rio Grande do Sul, criada em 2013 a Ventiur já é parceira do parque científico-tecnológico da UCS por meio da gestão de investimentos em startups geradas no programa de desenvolvimento de novos negócios StartUCS. “O TecnoUCS é um player de referência na região, bem estruturado. Ligado à uma Universidade que se destaca nacionalmente em empreendedorismo e inovação; com infraestrutura de laboratórios e instalações que podem ser utilizadas pelas startups no seu desenvolvimento; excelentes espaços de coworking, que são ambientes fundamentais para a aceleração de negócios; e professores com alto grau de conhecimento e relações com empresas e órgãos públicos que apenas uma Universidade pode possuir”, elenca o CEO Sandro Cortezia. “Tudo isso faz do parque um parceiro único para o impulsionamento a negócios inovadores”, considera.
De parte do TecnoUCS, o coordenador-executivo, Enor Tonolli Jr ressalta a potencialização da atuação do programa StartUCS – e da própria atuação do parque – com o advento de uma aceleradora como parceira. “Todo ambiente em que se desenvolvem startups precisa do braço do capital, senão não ocorrem as próximas etapas. Tanto o parque científico-tecnológico (TecnoUCS) como o programa StartUCS hoje estão consolidados como ambientes de empreendedorismo e inovação. O passo seguinte, que estamos dando agora, é a captação de recursos para o fomento dos novos negócios. E é a aceleradora que cumpre esse papel de atrair os investimentos necessários ao crescimento dos empreendimentos que, juntos, atuamos para desenvolver”, explica.
Foto: Claudia Velho/UCS