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Robótica promove o envolvimento e o protagonismo dos estudantes da UPF

Um cenário destruído por um acidente nuclear, com materiais radioativos que devem ser resgatados em uma área altamente contaminada, onde seres humanos não podem entrar. Esse era o mote do desafio que os estudantes enfrentaram na terceira etapa da 7ª Olimpíada de Robótica Educativa Livre. Realizada no sábado, dia 14 de setembro, no saguão do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg), pela Universidade de Passo Fundo (UPF), a iniciativa reuniu estudantes de escolas de Passo Fundo e de municípios da região para uma competição em que o conhecimento é o grande protagonista.

Nesta etapa, o desafio dos estudantes das 14 escolas participantes era construir um robô capaz de resgatar objetos, conforme o cenário pós-apocalíptico apresentado. Quanto menor o tempo de resgate, maior a pontuação. “É um cenário muito comum em provas de robótica do mundo todo. O desafio deles era programar um robô para entrar nessa área contaminada, encontrar o objeto e levá-lo para uma área segura. Para isso, nós emprestamos todos os materiais necessários, como motores, sensores, atuadores, baterias, cases, além da placa Arduino”, explicou o coordenador do projeto professor Dr. Marco Trentin.

Conhecimento interdisciplinar
A Olimpíada de Robótica Educativa Livre é um projeto de extensão que oportuniza o contato de estudantes e professores, especialmente de escolas públicas, com a Robótica Educativa, de forma prática. Através de quatro etapas realizadas ao longo do ano, cada uma das equipes se prepara para construir aparatos robóticos para atender aos requisitos colocados em cada uma das etapas. A intenção, segundo Trentin, é que, a partir da Olimpíada, a escola comece a desenvolver e a intensificar atividades nessa área, integrando a robótica com várias áreas do saber que são tradicionalmente trabalhadas em sala de aula. “A robótica assume o papel de uma ponte de ligação interdisciplinar visando à construção do conhecimento coletivo a partir da aplicação com a realidade, oportunizando a criação de soluções voltadas ao mundo real”, apontou o professor.

Para ele, a presença da tecnologia na sociedade é um caminho sem volta. “A robótica envolve questões como eletricidade, programação de computadores, um pouco de mecânica e isso é uma tendência fortíssima, é um caminho sem volta. A questão da tecnologia presente na sociedade, a automação. Então, queremos mostrar para os jovens que eles podem empregar na robótica conhecimentos que veem em sala de aula, conhecimentos em matemática, física, inglês, comunicação. E que não importa que carreira profissional ele vai seguir, a robótica estará presente, quer ele venha seguir carreira em áreas voltadas à tecnologia, ou não”, pontuou.

Estudantes mais envolvidos
Uma das escolas participantes desta edição da Olimpíada é a Escola Estadual de Educação Básica Nicolau de Araújo Vergueiro (EENAV). Campeã da edição do ano passado, a escola retorna com dois grupos e cerca de 13 estudantes para, conforme a professora de Física Rita Cássia Giacomini “ganhar de novo”. De acordo com ela, o envolvimento dos estudantes com a robótica tem sido fundamental para seu desenvolvimento. “Os alunos têm muito mais envolvimento, buscam mais o conhecimento, estão mais participativos nas aulas. O professor fica como um mediador, não é ele quem diz o que fazer, é o próprio estudante que busca tudo e o professor fica só ajudando e auxiliando, quando necessário”, contou.
A professora Rita acredita que todo esse envolvimento está justamente no fato de que é algo que os interessa. “Eles já nasceram nessa era da tecnologia, então isso é fundamental, é o princípio para a aprendizagem. E engloba muita coisa, porque eles precisam usar o raciocínio lógico, eles têm que pensar o cálculo que vão precisar para fazer o robô andar, então tudo é essencial para eles”, completou.

Quem confirma a teoria da professora é a estudante do 3º ano Bárbara Nitsche Leidens. “Foi uma coisa que a gente sempre teve interesse. Nós queríamos participar, mas não sabíamos como fazer. E quando ficamos sabendo do projeto da UPF, buscamos informações e achamos muito legal. A gente não sabia muita coisa, mas estamos em um ambiente em que todo mundo se esforça para buscar o conhecimento e a gente aprende tudo junto, então é muito bacana”, finalizou Bárbara.